Para quem ainda não percebeu: o trabalho de Roberto Unterladstaetter é político. Em sua Declaração de Arte Política (2010), a artista cubana Tania Bruguera escreveu: “a arte política tem dúvidas, não certezas; tem intenções, não programas; ela compartilha com aqueles que a encontram, não é imposta a eles; se define enquanto se faz; é uma experiência, não uma imagem; é algo que se enquadra na esfera das emoções e é mais complexo do que uma unidade de pensamento. Arte política é a que é feita quando está desatualizada e quando é desconfortável, juridicamente desconfortável, civicamente desconfortável, humanamente desconfortável. Isso nos afeta. A arte política é um conhecimento incômodo ”.

 

As obras de Roberto atuam nesse contexto. É um artista que incomoda e desafia, o faz mostrando cartazes que nos dizem que 'não somos ninguém', que 'estamos sozinhos', que 'não podemos'. Ele faz isso quando afixa cartazes que gritam: 'a gente não entende'. Ele o faz quando nos mostra um Ekeko nu nestes tempos de consumismo violento. Por meio dessas obras, Roberto não emite um critério específico ou mesmo algo próximo a uma opinião, ele se limita a traçar uma simples pergunta: 'E você, o que você acha?' E faço isso com a estética publicitária porque me parece a coisa mais violenta que há ...

A publicidade, ele me explica.

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José Andrés Sanchez Exeni